quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A sorte dos dez.

Era engraçado. Tudo o que era diferenta era engraçado. Ela ainda roía as unhas, ainda falava pouco, ainda tinha vergonha, mas não usava mais Melissa. Usava um tênis com uma sola gigante, tinha vergonha dele também.

Mas aí ela chegou. Toda diferente, mas com um tênis igual. No walkman, os mesmos ídolos. O ésse era xis, mas quem se importa? Ela entendia o incômodo daquela sola tosca. Talvez pelo desajeito de usarem o mesmo tênis os pares de pés nunca se deram muito bem... Se chegarem perto demais, plaft. "O de cima é meu, pô!" Sempre é.

Garota Via Uno, que saudade de você. Tô de volta, por completo, com mais 10 e mais uma letra que só você respeita. Só você entende a simetria e as citações. Só você entende o teatro dos vampiros, e a agenda que até hoje não empoeirou.

Guardo pulseiras, presilhas de cabelo, desenhos, convites à missa de sétimo dia de bichos "de estimação". Eu guardo os anéis, contrariando o "ficam os dedos". Navarro no violão, ninguém entendia. De Pink Floyd à Kiko... bem, eu nunca soube escrever Zambiancchi. A gente entendia.

Meu nome não merece essa homenagem. Sou pouco. Sou um livro de quotations e cafés imaginários. Sou a paixão por você. Sou o paradoxo, o simples, o branco, o liso, o alérgico, o desastrado, o medo de olhar dentro da caixa azul.

Você é a mão estendida. O complicado fascinante, a cor de jambo, a rena, o cacheado, o saudável, o ousado, o GRITO! Grita comigo!

(...)

E elas se completavam, simples assim.

3 comentários:

#Dandara Renault# disse...

As vezes você me tira as palavras...

Meu tênis era verde de solado preto. Gostava dele, me deixava uns 5cm mais alta - da tribo dos pés. Confortável? Decididamente, nãããão!
Quantas vezes tive medo dessas lembraças se perderem, ficarem só na minha mente que vive me pregando peças. Quantas vezes tive medo de te perder.
Diz ao Navarro que o amarei pra sempre por ter tocado o Capital, é de coração.
Outro dia coloquei o cd do Biquini. Nossa! Quantas lembranças, mas o mais engraçado que hoje ainda fazem sentido, algumas na verdade só fazem sentido agora que tenho 180 nas costas. Outras continuam puras de quando a inocência ainda saltava dos meus olhos e jorravam de meus lábios - hoje é tudo mais comedido. Minhas unhas estão vermelhas 364 dias do ano. Você tem seus amiguinhos que passeam pelo seu corpo. Queria ter sua coragem... tatuar as asas de Hermes nos tornozelos e a seguinte frase do Caetano: "O grande escândalosou eu" no tronco, na vertical, debaixo do braço esquerdo. Mas ainda tenho medo...
Dez anos. Merecia uma festa. Um feriado. Capa dos principais jornais do mundo.
Nunca soube que tinha vergonha do tênis.
Senti sua falta essa semana. Fui fazer compras e Faroeste Cabloclo veio passear pelo meu cérebro. Comecei a cantar, parei, não teve graça, não estava comigo.

Te amo Anna.

Márcio Viana disse...

Olá! Não tenho comentado, mas continuo sempre passando por aqui. Estreei novo blog coletivo. Dá uma passada por lá?

www.marmitafilosofica.blogspot.com

Beijos.

Unknown disse...

Muito bom, decididamente. ;)